EPISÓDIO 68 - SBT, MERCHAN E CACHORROS.
Senhoras e senhores, ladies and geeeeeentlemaaans, madames et messieurs, youtubers, youtubars, está começando mais um…
BALLASCAST…
MÚÚÚSICAA.
Olá, olá, olá, seja circunferencialmente bem-vindo ao BallasCast, você que nos acompanha todas as segundas feiras aqui, no seu fone de ouvido, na sua corrida, na sua louça lavada, no seu trânsito ou onde você estiver… Se você estiver aqui pela primeira vez, muito bem-vindo, é realmente um prazer inexorável ter a sua presença hoje aqui, então vamos ao episódio de hoje, que começa… N-O-W!
SBT, Merchan e Cachorros.
(Música)
Hoje eu quero compartilhar com vocês aqui, uma história curiosa que aconteceu quando eu apresentava o programa “Esse artista sou eu”, no SBT.
Pra quem acompanha meu podcast sabe que eu comecei fazendo palhaço, né? Eu comecei como palhaço profissional, depois eu virei improvisador, depois eu comecei a trabalhar no universo corporativo, dando palestras, workshops e etc., e aí acabei indo parar na televisão. Meu primeiro programa na TV foi o “É tudo improviso”, na Band…
(É tudo improviso, vamos improvisar!)
Depois eu fiz o “Cante se puder”, com a Patrícia Abravanel, filha do Sílvio Santos… Depois disso ela engravidou, não tive nada a ver com isso, e eu acabei apresentando um programa que chama-se “Esse artista sou eu”, que era um formato em parceria com a Endemol do Brasil.
E foi um programa muito legal, super bacana, que deu audiência, estava bem produzido, foi bem, bem bonito mesmo. E depois da estreia do programa, foi bem legal, foi super elogiado, tanto dentro da casa pela crítica, o programa estava dando IBOPE, depois de alguns programas o diretor me convoca para uma reunião, me dizendo que tinha uma novidade muito legal…
Então, lá fui eu, conversar com o grande Micha, que foi um super diretor que eu tive lá dentro do SBT, e ele me veio com a notícia “Ballas, nós conseguimos o primeiro merchan do programa”…
Pra quem não sabe, merchan é um merchandising, são aqueles anúncios que as pessoas fazem dentro do programa, e é muito importante para um programa de televisão ter merchan porque é dinheiro que entra no programa, segundo que quer dizer que o programa está indo bem, e terceiro que isso dá moral e dá possibilidades de ter outras temporadas. É isso que faz com que o programa fique dentro da televisão, afinal, ele precisa de ter dinheiro, né?
A TV precisa de dinheiro para produzir os programas, então quando alguém se interessa, quer fazer um merchan, é uma notícia muito importante.
Daí eu falei “Poxa que legal”, tal, tal, tal, e ele perguntou “Ah, você topa fazer o merchan?”
Eu falei “Claro que eu topo, né? Pra mim é super legal! Eu sou apresentador do programa, e eu ganho uma grana pra fazer.”
Então pra mim era ótimo, eu estava fazendo merchan, o programa estava ficando mais com grana, o diretor estava feliz, o SBT estava feliz, e eu ia ganhar um pouco a mais, estava todo mundo muito feliz…
E aí eu perguntei “Mas o que que é o produto, quem que é a empresa e tal”, e ele falou “Ballas, você gosta de cachorro?”
Pausa dramática…
“Você gosta de cachorro?”
Essa pergunta ficou uns segundos ecoando, ecoando, ecoando na minha cabeça, e aí pausa pra você ouvinte entender uma questão que acontece na minha vida…
Quando eu tinha uns oito anos de idade, um dia um cachorro saiu correndo atrás de mim e quase me mordeu, desde este dia eu fiquei com pânico de cachorro, pânico, pânico, PÂNICO… Durante muitos anos eu atravessava a rua, eu tinha medo dos cachorros, eu não ia na casa de gente que tinha cachorro, realmente fiquei com pânico… Com medo absoluto de cachorro…
Eu lembro que as pessoas tentavam me ajudar e falavam assim “Olha, não mostra que você está com medo, não mostra que você está com medo”, e isso me deixava mais desesperado ainda, porque quem tem medo, está com medo… Então como é que eu não ia mostrar que estava com medo, se eu estava com muito medo?
“E se ele cheira seu medo, ele vai querer ficar mais perto de você”, e eu ficava “Ai meu Deus, socorro, socorro…”
Então durante muitos anos isso foi uma grande questão pra mim, e quando meus filhos nasceram e como tem vários cachorros na rua, como meus filhos começaram a gostar de cachorro, eu comecei a acostumar com os cachorros, comecei a simpatizar com os cachorros, comecei a enfrentar um pouco o meu medo, e hoje é o que eu chamo de neutro assim, eu sou neutro assim, eu não sou daqueles que brincam com o cachorro assim, eu não sou daqueles que… Mas também eu tô ok assim, eu respeito os cachorros… Eu tenho respeito pelos cachorros, é um pouco assim que é a minha relação com cachorros…
É que nem gente, por exemplo, com crianças! Eu gosto muito de criança, eu sei pegar um bebê no colo, eu sei brincar com uma criança…
Não tem gente que, putz, não sabe o que fazer quando tem uma criança na frente?
Ou não tem gente que você dá um bebê no colo, o cara está parece que está com uma melancia assim, não sabe como pegar?
É um pouco a minha relação com o cachorro. É essa!
Então quando ele me fez essa pergunta “Você gosta de cachorro”, eu não sabia se eu falava pra ele todo o meu trauma de infância, eu não sabia se eu mentia e falava “Não, eu adoro cachorro”, eu não sabia o que fazer, e nesses segundos você fica assim, pensando… Ai meu Deus…
Falo ou não falo?
Digo ou não digo?
Conto ou não conto?
Sou verdadeiro ou não sou verdadeiro?
Sou mentiroso ou não sou mentiroso?
O que que eu falo?
O que que eu falo?
O que que eu falo?
Foi aí que eu disse uma resposta parcialmente verdadeira, que é uma “Quem não gosta?”
Né? Quem não gosta, né? Assim, “Eu gosto… Gosto!”
Até porque é verdade, né? Assim… Eu gosto, eu falei “Não tenho. Não tenho, não domino, não sei, mas eu gosto”, e ele falou “Ah que legal, porque o merchan é de uma comida pra cachorro”.
Eu não lembro o nome de qual comida pra cachorro era, mas era um fabricante de comida pra cachorro que queria anunciar no programa, e eu falei “Legal, beleza! Combinado! Vamos embora!”
E assim ficou combinado que eu faria o merchan da comida pra cachorro.
(Música)
Uma semana depois, lá estávamos nós nos estúdios do SBT, pra fazer a gravação do programa e antes do programa a gente ia fazer a gravação do merchan… O pessoal da empresa veio, era super bacana, eles eram muito abertos, muito disponíveis, gostavam muito do meu trabalho, foi um papo super legal, e aí o diretor veio me contar qual era a ideia, ele falou “Ballas a gente teve uma ideia incrível, a cada programa a gente vai trazer um cachorro diferente, e aí você vai brincar com o cachorro, você vai ficar ali interagindo com ele e a gente vai filmar e tal, tal, tal, e no final a gente vai dar a comida pro cachorro e tal…”
E a medida que ele ia falando isso, eu ia pensando “Meu Deus, como é que brinca com um cachorro? Como é que faz isso aí? Como assim brincar? E se ele vem e se ele me morde? Ai meu Deus… Que tipo de cachorro? Como é que faz?”
Começou a me bater um pânico assim, e eu não podia, estava o pessoal da empresa lá, e eu não podia assumir a real e falar assim “Eunãoseibrincarcomcachorro, EUNÃOSEIOQUEFAZER“
Então eu fiquei com aquela cara de “Ahan… Claro… Poxa… Ótima essa ideia de vocês, não… Realmente a ideia de vocês é muito boa, nossa, parabéns pra quem teve essa ideia, muito boa”
E lá fomos nós em direção ao estúdio…
Bom, fiquei ali na minha posição esperando e de repente chega o cachorro, com o dono do cachorro… Um cachorro lindo, todo bonito, realmente era um cachorro lindo, lindo, lindo, desses cachorros de pedigree, cachorro chique mesmo, sabe?
Cachorro bonito, bem cuidado, bem lavado, com as patas… Tudo bonito, ele tinha assim… Ele estava todo vestidinho, sabe cachorro fofo assim?
Então quando o cachorro chegou todo o estúdio parou, meu diretor que ama cachorro, meu diretor tem dois cachorros dentro da casa, do apartamento dele. Ele mora em apartamento e tem dois cachorros, pra você ver, saber como ele gosta de cachorro.
O pessoal da produção, sabe quando todo mundo salta no cachorro? Que nem quando chega um rei, ou quando chega um bebê assim, todo mundo lá, e eu lá, meio de longe assim, meio só no expect, sabe assim?
Então trouxeram o cachorro pro meio do palco junto com o dono dele, o adestrador, era um cachorro super bonzinho mesmo, bem daqueles fofos mesmo. Não era um cachorro grande, era daqueles assim, médio, pequeno médio, o que pra mim já é grande assim, porque pra mim, grande é monstro… Eu tenho medo de cachorro nesse sentido de que assim, eu tenho a sensação de que se ele souber que ele é mais forte que eu, ele pode me matar, ele tem um dom, ele pode, ele é mais forte do que eu entendeu? Ele pode tudo comigo, é que ele não sabe, mas enfim…
Era um cachorro daqueles médios, pequenos, e estava lá o adestrador, e o diretor falou assim “Vamos fazer bem livre Ballas, você fica brincando com o cachorro e a gente vai pegando uns takes de você brincando com o cachorro, beleza?”
Beleza!
“Silêncio no estúdio… Três… Dois… Um… Ação!”
Aí o adestrador soltou o cachorro e eu ficava, “Ahn, ou… Vem cachorro… Vem, vem…”
Só que o cachorro não vinha pra mim… “Eu falava “Vem… Vem… Vem…”
Eu batia na perna assim “Vem cachorro, vem, vem”, ele chamava Toby, uma coisa assim, bem nome de cachorro assim…
“Vem Toby… Vem Toby…”
E o Toby não vinha, o Toby não vinha, aí o diretor falava assim “Corta vamos de novo, vamos de novo… Ballas, chega você perto dele, não fica esperando que ele chegue!”
“Ah, tá bom, vamos lá!”
Aí o adestrador fez eu chegar perto antes do cachorro, ele passou a mão no cachorro e eu repetia tudo que ele ia fazendo, passando a mão no cachorro, eu passava a mão, “Passa aqui, ele gosta que faz carinho aqui”, “Ah, legal”, fazia carinho aqui, bem com aquele sem jeito meu assim, “Então vamos de novo, três… Dois… Um… Ação!”
E lá fui eu passar a mão nele, passar nele, só que assim, quando o cachorro sente que você não quer e… “Corta! Não está dando certo! Ballas, tenta interagir, faz alguma coisa, chama ele…”
“Tô tentando diretor, mas é que eu não domino cachorro.”
Então eles tiveram uma ideia, “Vamos fazer o seguinte, pega a comida do cachorro, põe na mão, e aí o cachorro vem comer na sua mão… O fato de ele estar comendo na sua mão, a gente mostra é super legal, já é uma interação, e a gente vai assim, ok?”
“Ok!”
“Três… Dois… Um… Gravando!”
Pus comidinha na mão “Vem Toby… Vem Toby…”, Toby não vinha… “Vem Toby… Vem fucking Toby, pleeease… É o meu merchand”, e ele não vinha, e aí o adestrador foi pondo perto e ele falou “Não tem problema a gente pega um take só de perto”, aí ele largou o cachorro, o cachorro sentiu o cheiro da comida, ele estava com fome, aí ele veio comer… Quando ele veio comer ele enfiou a boca na minha mão e a língua assim, e eu larguei a comida “AAAArrrghhh”
“CORTA! O que aconteceu?”
“Não, ele quer comer, ele enfiou a língua…”
“Mas Ballas, é assim mesmo, ele tem que enfiar a língua, ele não tem mão pra comer, ele não come com garfo e faca”.
“Eu sei, eu sei… Mas eu não domino… Eu não sei como é!”
“De novo! Três… Dois… Um… Gravando!”
O Toby vinha lá e eu ficava meio com medo, meio tremendo e ficava nítido que não dava… Resultado, eles desistiram da interação total, desistiram da interação, então o que que eles fizeram? Deixaram o Toby brincando lá no cenário, aí ele fazia uns takes meio fakes assim, de mim, “Vem… Vem… Ah, olha, tal…”, meio fingindo que eu estava brincando, mas sem interagir assim, e no final eu só olhava pra câmera e dava “Ah, comida tal, ela tem muito mais vitaminas, muito mais nutrientes”, né?
Eu dava o merchand tal, tal, tal, e no final eles falaram “Bom, pra terminar e pra você ter só uma interação, segura o cachorro na mão e a gente faz um take com você falando o slogan da comida pra cachorro, pra câmera, beleza?”
Eu “Beleza! Beleza!”
“Pega o cachorro aí Ballas“
Como é que pega cachorro hein?
“Eu não sei pegar…”
Não sabia pegar, o adestrador veio, colocou o cachorro na minha mão “Oh, segura por aqui”, então eu segurei assim, bem no corpinho dele assim e o adestrador largou…
“Três, dois, um, gravando”.
Aí eu comecei a fazer o merchan, comecei a fazer, comecei a fazer, e uma hora eu ouço o adestrador falando assim, “Hei, você está enforcando ele, você tá enforcando ele”, e o cachorro “UR, UR, UR…”
“COOORTA!”
OK
Resultado final, desistiram total da minha interação com o cachorro, eu só falava o slogan, eu só falava as características do cachorro, e o cachorro ficava brincando lá…
Essa é a vida! Assim foi o possível…
E essa foi mais uma aventura minha com cachorros no “Esse artista sou eu”, no caso, aquele artista era ele, no SBT…
Thank you…
Fim do episódio…
Muito bem, muito bem, muito bem, chegamos ao final de mais um episódio (AUAUAUA) mas na segunda feira que vem tem mais (AUAUAUAUEEEHHHHH)
E se você ainda não entrou no BallasCast que é um grupo que a gente tem no Facebook, entra lá que eu vou colocar vários cachorros muito legais que você não viu… Eu vou tentar achar algum momento do merchan ou algum BallasCast, algum momento do merchan pra gente ver como ficou esse resultado final, afinal isso não dá pra mostrar aqui no podcast, no BallasCast.
E sendo assim vamos ao nosso momento merchan…
“Ballas, eu acho o seu trabalho legal pra cachorro, mas eu não quero ver TV, eu quero você ao vivo mesmo, como é que eu faço?”
É fácil… Dia 18 de maio estreia meu solo novo, é… Eu fiz um solo absolutamente novo, no teatro Eva Herz, aqui em SP, vai acontecer quintas e sextas, a partir do dia 18 de maio, as nove horas da noite, no Conjunto Nacional, na Livraria Cultura, na Livraria Cultura, na Paulista com a Augusta, no centrão de São Paulo…
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É isso aí…
Muito obrigado nos vemos na semana que vem…
Thank you very much…
SmjgKrngçkejre
Drgveçdhgvedv
Legvdieg
Elrrjgvçejg
Next Monday…
Bye bye…
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