Tem um bebê chegando na sua vida? Certamente sua cabeça começou a imaginar as coisas que serão necessárias para que tudo dê certo! E dentre as coisas práticas que surgem: as consultas de pré-natal, os exames, os cuidados com a alimentação, o berço, as fraldas, a lista do enxoval, chá de bebê, lembrancinhas, decoração do quarto, que atividade física vai fazer… E ainda quando as questões começam a aparecer sobre o tipo de parto, o local de parto, a equipe que vai te assistir, se vai escolher parir com plantonista, quem vai ser sua doula… ufaaa, parece que mal sobra tempo para você se preparar para uma das maiores transformações que podem se dar na vida de alguém. Se tornar mãe e pai é intenso e essa dimensão do processo precisa ser vista do lugar que vai além das “coisas” que precisam ser organizadas.
Super natural as ocupações com essa parte prática acontecerem. Desejo que não haja stress nesse processo, que você se lembre que nem todos os detalhes serão abarcados e que isso já diz algo sobre o lado B quanto à realidade em relação a chegada de uma nova vida no seio da família. Sim, o lado B tem a ver com todas as questões que surgem nas mentes dessas futuras mães (e pais) e sobre questões que elas ainda não se depararam, mas que irão se deparar. Sejam elas de primeira viagem ou não. E mais, tem a ver com entendendo que o jeito de mãe virar mãe é diferente do jeito de pai virar pai, tem a ver com como vai ser depois que esse bebê nascer…
E quando você começa a procurar informações – de preferência baseadas em evidências – que podem dar a você uma tomada de decisões mais conscientes, e participa de momentos com outras gestantes, como rodas de conversa, cursos de preparação para parto e pós-parto, tranquilidade tem a chance de surgir e se instalar. Claro, tem poeira levantada, mas a vista de quem se preparou para passar por essa turbulência ou teve apoio para essa travessia, pode ser mantida intacta. É sobre essa preparação que queremos falar.
Mas antes, pense num fato comigo: quando você vai a uma festa, você se prepara? Quando vai viajar, planeja e prepara as coisas ou deixa a data da viagem chegar sem se preparar? Ou quando você vai a uma reunião em que tem de apresentar os resultados alcançados, existe preparação? Inúmeras são as situações em que está clara a noção de cuidado em se preparar, por que, então ,deixamos o momento da chegada de um bebê cuidada somente em parte? Porque todo mundo fala dos itens citados acima, no início desse texto. Mas poucas pessoas se preparam no nível mais intenso do processo: a mudança de vida que está por vir.
Para as mulheres, o chamado na direção dessa dimensão costuma ser visceral. Observe bem: a gestação acontece no corpo dela, todos os dias ela pode ver o corpo mudando, a vida crescendo em seu ventre. Esse cotidiano de mudança se dá ao longo de toda a gestação, e questões surgem. Talvez você pense sobre a mãe que você teve, ou sobre a mãe que você não teve, pode vir a pensar sobre aquilo que você não quer repetir, criando uma antítese daquilo que é sua referência de maternagem. Talvez você precise sentir a mudança de ritmos, a mudança de eixo no corpo que também leva a uma mudança de eixo de importância… desde que você possa estar consciente das questões que surgem, existe um certo tempo para digerir. Mas mais questões aparecem, afinal, você encontra com um desafio à frente: ser exemplo para alguém. E isso leva a uma reavaliação de si mesma, de quem você foi até então, do que pretende ser adiante e ainda aparecem questões sobre como a vida vai seguir com a presença desse rebento ao lado. Todas essas questões circulando a mente da futura mãe. E como ficam as mentes dos pais? Para a maioria dos homens, a realidade da paternidade apenas acontece no ato de carregar o bebê. E se uma mulher e um homem não estão cientes de que existem diferenças nesse jeito de maturar a parentalidade que vem à caminho para ambos, decepções podem ocorrer.
Entender os desafios sobre o parto, a trajetória e a fisiologia que o corpo assume no ato de fazer um bebê nascer, passa a ser vital para que a travessia desse “gargalo” seja tranquila. É fundamental se preparar para esse evento fisiológico magnífico. Imenso em sua intensidade, para a maioria das mulheres. E se você pensa em trazer seu filho via cesárea, procure se informar, ler e, então, decidir. Pois assim, você terá feito a escolha ao invés de ter sido levada a essa direção.
Promover a escolha consciente exige movimento por parte do casal, chama por empenho, chama para a preparação que muda a experiência e faz dela muito mais prazerosa. Mesmo diante dos percalços. Sim, eles vão acontecer. Pois, independentemente da via de parto, um bebê estará em seu colo e vai depender da mãe para ser nutrido (desde que a escolha tenha sido amamentação). E vai exigir adaptações na vida do casal, de toda a família. E como não se preparar para essa fase? Talvez a fase mais delicada de todo o processo: o Pós-Parto. Sim, afinal de contas, o bebê está do lado de fora agora e não existe controle sobre ele. E nem sequer sabemos direito o que ele expressa em seu choro, nem qual o melhor jeito de acalmá-lo…
Temos muito o que falar sobre cada uma das etapas, mas por hora, queremos chamar a atenção para a importância da preparação, alertar sobre o lado B do processo e sobre a mudança porvir ao redor da chegada de um filho ou uma filha. Falar sobre isso é também fundamental.
Abraço carinhoso,
Maiana Kokila
Coach para concepção, gestação, parto e pós-parto
www.maianakokila.com
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