O monumental atraso para as emissões actuais é irremediável; não há forma de acertar o passo. Endereço-vos um enorme pedido de desculpas pela falta de novidades. Mais ainda se o justifica dada a estupenda hora com a qual nos deleitámos desta vez, na companhia de Solange, Sallim, e outros.
No entanto, não começámos por aí. Talvez a propósito da Eurovisão – quem sabe? foi há tanto tempo -, recordámos Conan Osiris, de cuja ascensão (e agora eventual queda…) fomos espectadores activos. AMÁLIA é uma belíssima canção e nunca será demais. Segue-se T-Pain, que nunca por aqui havia passado e provavelmente terá sido vez única, mas que aqui nos traz um exemplo de pop palerma, bem-disposta, à qual já não conseguimos resistir. É um portento, esta Keep This From Me.
Depois, sim, a nossa Solange. Que maravilha! Nunca será a mesma, para nós, depois da passagem pelo NOS Primavera Sound deste ano, quando nos arrebatou no último concerto do primeiro dia. Que presença, e que voz, e que disco! Que tão mais interessante e denso se torna ao vivo. Debatemo-nos, porventura, com a sua insipidez – talvez não a palavra certa – se o tomarmos como disco pop; como obra de r&b experimental, tocada ao jazz e à soul, é magnífica. Ficam duas faixas para provar.
O resto, será incursão pelo Bandcamp, nossa plataforma de eleição para aquisição responsável e sustentável de música. Daí, fomos ouvir Sallim, ligada à Cafetra Records e autora de A Ver o que Acontece, pop descomprometida e disco a reter deste ano; e Lomelda, numa breve incursão; e ANGEL-HO, que é militantemente desconcertante; e Honey Oat, que por esta altura já terão lançado o disco ao qual aludimos com esta amostra.
Até ao final, confundi os Tortoise com os Gastr Del Sol (poderia ser um erro mais ignominioso, embora ainda assim imperdoável), fomos à música de Maja K. S. Ratkje, que tem óptimos momentos a recordar (como esta Sayago, imperdível!), passámos por um interessantíssimo disco de Myriam Bleau, recomendado a quem apreciar a estética electroacústica e exploratória, e, por fim, desintegrámo-nos percussivamente ao som de Mark Fell. Percussivamente existe, de facto? Boa questão.
1. Conan Osiris – AMALIA (SILK, 2014)
2. T-Pain – Keep This From Me (1UP, 2019)
3. Solange – Things I Imagined (When I Get Home, 2019)
4. Solange – Binz (When I Get Home, 2019)
5. Solange – My Skin My Logo (When I Get Home, 2019)
6. Sallim – Bom Para Mim (A Ver o que Acontece, 2019)
7. Sallim – A Pensar em Ti (A Ver o que Acontece, 2019)
8. Lomelda – Watering (M for Empathy, 2019)
9. ANGEL-HO – Live (Death Becomes Her, 2019)
10. Honey Oat – A Stranger Spring (Honey Oat, 2019)
11. Tortoise – I Set My Face to the Hillside (TNT, 1998)
12. Maja K. S. Ratkje – Sayago – en sådan glidende lyd (Sult, 2019)
13. Maja K. S. Ratkje – Den sprættende bevægelse min fot gjør hver gang pulsen slår (Sult, 2019)
14. Myriam Bleau – Constructivism (Lumens & Profits, 2019)
15. Mark Fell – INTRA-6 (Computer Generated Rhythm For Microtonal Metallophones, 2018)
https://ia601400.us.archive.org/25/items/DRTAMOSCA0309/DRT_AMOSCA_0309.mp3
Comentarios