CBN - Max Gehringer - Mundo Corporativo

Enviar um currículo não será o modo adequado de você se apresentar. Não há garantia de sigilo. Além disso, empresas concorrentes costumam conversar uma com a outra. A melhor maneira de conduzir o caso seria solicitar que um dos conhecidos que trabalhem lá fale bem do seu trabalho. Nos próximos contatos, manifeste o seu interesse em mudar.

Não, isso é ilegal. Mas como muitas leis brasileiras, também há labirintos que no fim levam à conclusão que não poderia nunca, mas às vezes pode. No seu caso há duas possibilidades: ou isso está claro no contrato de trabalho, ou seu chefe consegue comprovar que o que você chamou de "descuido" foi algo proposital. Ou seja, que houve má-fé. Você pode mover uma reclamação trabalhista com grande possibilidades de ganhar a causa.

Pelo que você descreveu, o receio de seus colegas de que o sucesso de alguém jovem e bem-formado possa levar a direção da empresa a cogitar substituir os mais antigos por outros com mais potenciais. Mas, é provável que você, mesmo sem intenção, tenha tido algum comportamento que deixou seus colegas com um pé atrás. Não tente ser agradável para compensar a má vontade geral. Procure ser apenas eficiente. A retração de seus colegas irá cessar quando eles perceberem que você quer ser mais um no elenco, e não o astro principal.

Uma empresa não pode rebaixar salário e nem mexer em benefícios, mas pode alterar o título da função. Tenho dúvidas sobre você ter sido injustiçada. A decisão foi estrutural, e não pessoal. Mudar de trabalho só pelo título deixará você no mesmo patamar em outra empresa, onde você terá que provar, de novo, tudo o que já provou.

Você pode deixar no seu currículo apenas a experiência como vendedor, para tentar no futuro fazer contatos e tentar transferências dentro da empresa. Talvez você deva fazer um curso para dar mais solidez ao seu currículo.

Não há dia nem hora certos. Todo momento é péssimo. Além disso, o empregado não deve ser pego de surpresa. Não se desculpe e nem tente amenizar a situação.

Com a crise prolongada, demissões e carências de vagas, muitos começaram a acreditar que o entrevistador irá eliminar quem falar sobre salário. Mas, esse comportamento, traz consequências. Ao não falar sobre o assunto, fica mais difícil reclamar sobre possíveis aumentos no futuro. É importante estar ciente da política salarial, para se adequar a ela. Assim, um potencial problema acaba antes mesmo de começar.

Um profissional que esteja descontente com o trabalho não só irá prejudicar a si mesmo se continuar na empresa, como também prejudicará a própria empresa. Em casos assim, permanecer no emprego só vai piorar o que está errado. A percepção de que não existem vagas se dá pelo fato que existem muito candidatos. Persistência é fundamental.

Os cursos que você fez serão muito úteis para a sua carreira ao longo do tempo, mas não todos de uma vez e nem nas vagas iniciais. A cada passo na carreira, sua formação se tornará mais proveitosa para a empresa e atrativa para o mercado. O seu estudo lhe dará grande vantagem competitiva, mas não lhe permitirá saltar etapas que são comuns a todos que começam a carreira.

Em processos seletivos, é comum haver vários testes, que às vezes levam alguns dias. Nada disso precisa ser remunerado. Mas, se o teste consistir em realizar algum tipo de trabalho que irá resultar em lucro para a empresa, o pagamento é obrigatório.

Ter tido algumas experiências ruins em empregos pode ser falta de sorte, mas não pé normal se desanimar com cinco oportunidades diferentes.

As empresas costumam elogiar funcionários recém contratados e os que estão mudando de emprego. Mas deveria haver mais elogios e reconhecimento imediato de quem merece.

Boas empresas operam em escalas crescentes de reconhecimento do trabalhos dos funcionários. E esse ritmo é ditado por ela.

Excesso e a falta de críticas são nocivos a uma empresa. Considere o que está vivendo agora como um aprendizado para o futuro.

A relação entre seus colegas de trabalho irá mudar. É preciso saber como exercer a autoridade que o cargo carrega. Não deixe de consultar seu chefe direto quando tiver alguma dúvida. Ele também passou pela mesma situação.

Mesmo com a mudança recente nas leis trabalhistas, essa medida não existe. Continua valendo o aviso prévio de 30 dias.

Arriscar uma mudança para uma cidade com mais opções de emprego é uma opção. Por outro lado, a situação que você descreve não é uma exceção e nem é restrita a cidades distantes dos grandes centros. Empresas grandes adotam normas e providências que vão servir de referência no mercado. Você tem opções caso esteja disposto a competir em uma metrópole, mas é preciso pensar bem.

A não ser que a empresa tenha política de não contratar demissionários, tentar não custa. Vai depender da maneira de como foi o desligamento da empresa antiga.

Ao considerar uma proposta de emprego, pense que a sensação de proteção e estabilidade na sua atual empresa não é definitiva. Por isso, uso o medo para ponderar a situação, e não para fugir dela.

Firme o pé no chão antes de começar a voar. Quatro meses é pouco para mudar uma cultura já arraigada. Tente implantar um programa por vez e não todos ao mesmo tempo. Seus subordinados não estão contra você. Eles só precisam ser convencidos de que você está a favor deles.