A entrada nos EUA de pessoas vindas do Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen fica suspensa por 90 dias. O novo decreto do Presidente norte-americano gerou protestos em várias cidades e aeroportos.Milhares de pessoas protestaram, este domingo (29.01), contra o novo decreto do Presidente Donald Trump, que restringe a entrada nos EUA de imigrantes e refugiados de sete países de maioria muçulmana - três deles no continente africano. A entrada de pessoas vindas do Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen fica suspensa por 90 dias e o acolhimento de refugiados por 120 dias. A Casa Branca anunciou que 109 pessoas foram detidas e mais de uma dezena de viajantes ficaram bloqueadas em aeroportos. "Estamos aqui para mostrar que apoiamos os imigrantes e os refugiados que chegam", disse Nasser Beydoun, da Liga Árabe-Americana dos Direitos Humanos. "Defendemos uma América aberta, tolerante e diversa e não o isolacionismo, o ódio e o medo que o nosso Presidente está a tentar implementar." Entretanto, a justiça norte-americana emitiu uma suspensão temporária da deportação de detentores de vistos e de refugiados, que se encontravam bloqueados nos aeroportos. Os procuradores-gerais de 16 estados federados, em representação de perto de um terço da população dos Estados Unidos, prometeram "combater com todos os meios disponíveis" o novo decreto anti-imigração. Donald Trump declarou que o decreto de encerramento das fronteiras a alguns refugiados e estrangeiros não visava especialmente os muçulmanos. Segundo o chefe de Estado norte-americano, a atribuição de vistos será retomada após o prazo de 90 dias de suspensão, altura em que novos procedimentos de controlo devem entrar em funcionamento. Sudaneses afetados Afetado pelas medidas, o Governo do Sudão convocou com urgência o encarregado de negócios na Embaixada norte-americana no país. "Esta situação não se encaixa nos dias de hoje. Esperamos retomar o diálogo que permita resolver a situação entre os dois países e avançar", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Sudão, Ghareballa Al Khedr. Fatma Abul Qassem foi uma das sudanesas já afetadas pela medida. Foi obrigada a regressar a Cartum, porque foi impedida de embarcar no Qatar rumo aos Estados Unidos. "Esta situação é injusta. Se a América pretende proteger os direitos humanos deve ter em consideração os nossos direitos também", salientou. O Governo do Canadá já anunciou que vai atribuir vistos de residência temporária a quem ficar retido no país, na sequência do decreto anti-imigração dos Estados Unidos.
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